O Impacto da Pecuária no Ambiente

Qual é o impacto ambiental da produção animal e o que podemos fazer como consumidores?

Na maioria da carne nos nossos pratos está escondido um enorme desperdício, resultante de um sistema de agricultura altamente ineficiente e que destrói florestas, polui oceanos, rios, mares e ar, sendo significativamente responsável pelas Alterações Climáticas. A agropecuária é agora reconhecida pela ONU, cientistas, economistas e políticos como um dos maiores responsáveis pelos mais graves problemas humanos e ecológicos.

A produção animal e a degradação ambiental

Todos os anos matamos cerca de 60 mil milhões de animais terrestres e 1 bilião (1 trilião, em escala curta) de animais marinhos para consumo e conveniência humana. Como termo de comparação, estima-se que na história da Humanidade viveram apenas cerca de 100 mil milhões de pessoas no total.

Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), entidade das Nações Unidas, este problema é tão grave que os animais criados para o consumo de carne, leite e ovos emitem mais gases de efeito estufa – 14,5% – do que o combustível de todo o sistema de transporte mundial em conjunto – as emissões por queima de combustível de cada camião, navio, carro, mota e avião combinados correspondem a 13% das emissões totais e não produzem emissões de gases de efeito de estufa tão prejudiciais quanto a pecuária (que contém metano).

Infelizmente, não ficamos por aqui: esta indústria também contribui para a escassez de água doce, a destruição de terras e o desmatamento, a poluição do ar e da água, a perda de habitats e a extinção de espécies.

Neste momento, mil milhões de pessoas não têm o suficiente para comer no dia-a-dia e, em cerca de 30 anos, estima-se que a população mundial aumentará em 3 mil milhões, tornando-se extremamente urgente repensar a nossa relação com os animais no nosso prato.

Um relatório de 2018 do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU declarou que temos pouco mais de uma década para impedir uma catástrofe climática irreversível.

 Vejamos quais são as principais dimensões deste problema.

Escassez de Água

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Mais de 1.2 mil milhões de pessoas – cerca de 1 em cada 5 habitantes do planeta – não tem acesso a água potável.

Um estudo influente de 2010 sobre as pegadas hídricas da carne estimou que, embora os vegetais utilizem 322 litros de água por kg e os frutos 962 L/kg, o frango necessita de 4.325 litros por kg, o porco 5.988 L/kg e a carne bovina uns assustadores 15.415 L/kg. Já para produzir soja, são necessários 1650 L/kg, para batata, 500 l/kg, e para feijão, 340 L/kg.

Segundo a National Geographic, 70% do planeta é coberto por água, mas apenas 2,5% desta água se pode beber. Um estudo de 2013 descobriu que a agricultura usa até 92% destes 2,5% de água potável, sendo um terço desta relacionada com produtos de origem animal.

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Um hambúrguer requer quase 2.500 litros de água para a sua produção – o equivalente a dois meses de banhos de chuveiro! Se um hambúrguer for acompanhado por bacon e queijo, este número sobe para os 3.140 litros.

Por outro lado, estima-se que um hambúrguer 100% vegetal usa 99% menos água, causando também menos cerca de 90% de emissões de gases estufa, usa menos cerca de 93% de terra e necessita de 43% menos energia que os de carne.

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Poluição da água

A FAO determinou que o sector pecuário – que está a crescer e a intensificar-se mais rapidamente que a produção agrícola –  tem “sérias implicações” para a qualidade da água.

Na água encontram-se poluentes como excrementos de animais, pesticidas, matéria orgânica como dejectos de gado, patogénios como a E. coli (bactéria intestinal) e poluentes emergentes como resíduos de drogas, hormonas e aditivos alimentares.

Como os animais estão tão densamente confinados nos armazéns e quintas industriais hoje em dia, eles produzem mais excrementos do que o que pode ser absorvido pela terra na forma de fertilizante. O escoamento destas instalações contamina gravemente rios e águas subterrâneas.

Como exemplo, a Tyson, a maior produtora de carne dos Estados Unidos, é responsável por despejar mais poluentes tóxicos nos cursos de água do que empresas como a Exxon Mobil e a Dow Chemical. Os excrementos de animais e o escoamento agrícola contaminaram já quase um terço dos rios dos EUA.

Ocupação do terreno arável

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A pecuária é a maior utilizadora mundial dos recursos da terra, diz a FAO, “com pastagens e terras agrícolas dedicadas à produção de ração a representar mais de 80% de todas as terras agrícolas. As culturas de ração utilizam um terço da área cultivada total, enquanto que a área total ocupada por pastagens é equivalente a 26% da superfície terrestre”.

A maior análise até à data revela a enorme pegada de carbono da pecuária – esta fornece apenas 18% de calorias, mas ocupa 83% das terras agrícolas e produz 60% das emissões de gases de efeito estufa da agricultura.

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A quantidade de batatas que podemos produzir a partir de 4.000 m2 de terra é de cerca de 18 mil quilogramas, em comparação com apenas 113 quilogramas de carne de vaca.

 Quando alimentamos os animais com plantas para depois comermos os animais, desperdiçamos uma enorme quantidade de alimento e recursos. Para apenas um quilograma de carne de vaca, são necessários 16 kg de alimento vegetal.

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“Cerca de 900 quilogramas de grãos são fornecidos ao gado para produzir carne e lacticínios suficientes para sustentar uma pessoa por um ano, mas são necessários apenas 180 quilogramas de grãos ingeridos directamente para sustentar uma pessoa por um ano.”
M.E. Ensminger, PhD

Desflorestação e a perda da floresta virgem

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As florestas são extremamente importantes, sendo as plantas as responsáveis por absorver cerca de 25% das emissões de carbono provenientes de actividade humana, acabando uma quantidade similar nos oceanos. A pecuária é também a principal causa de destruição de habitats naturais, o que está a pôr em perigo de extinção várias espécies. Nós, humanos, estamos a provocar a sexta extinção em massa do planeta, a um ritmo 1000 vezes mais rápido que as anteriores.

Enquanto que ficar um ano sem usar papel poupa 8,5 árvores, um ano sem comer carne poupa 3.432 árvores. A solução para acabar com o desmatamento maciço e os seus efeitos no mundo é reduzir a quantidade de carne que consumimos.

A floresta da Amazónia é uma das áreas do planeta mais prejudicadas pela desflorestação. Este autêntico pulmão verde tem enfrentado problemas sérios de desmatamento há várias décadas – cerca de um quinto de floresta foi destruída nos últimos três anos. A produção de carne bovina é sem dúvida a maior causa de desflorestação da Amazónia, com números que variam de 65 a 70% do total.

A Universidade de Yale estipula que o Brasil por si só tem 24 a 25 milhões de hectares (33 a 35 milhões de campos de futebol) dedicados à produção de soja, 80% dos quais são destinados a ração animal.

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Uma recente investigação feita pela Trase revelou que até 5.800 km2 de floresta (800 mil campos de futebol) estão a ser anualmente derrubados na Amazónia e outras áreas para serem convertidos em pastos usados ​​para a criação de gado. As empresas da cadeia de fornecimento da JBS são potencialmente responsáveis ​​pela destruição de entre 28.000 e 32.000 hectares (40 mil a 44 mil campos de futebol) de floresta por ano para carne bovina exportada. Esta empresa é a maior embaladora e fornecedora de carne bovina, frango e couro no mundo, com 350.000 clientes em mais de 150 países.

Dados mais recentes mostram que o desmatamento na Amazónia tem aumentado desde 2012 e que entre Agosto de 2017 e Julho de 2018, em menos de um ano, cerca de 7.900 km2 (mais de 1 milhão de campos de futebol) foram destruídos.

Todos estes números contribuem para o consenso de que a principal razão para o desmatamento das florestas tropicais da Amazónia pode ser atribuída à indústria de carne bovina. Como refere o The Guardian, a ganância global por carne está a causar esta desflorestação desenfreada.

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Poluição do ar

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É estimado que 35 a 40% das emissões de gás metano sejam causadas pela pecuária. Um especial responsável é a criação de gado bovino, pelo facto de estes serem ruminantes, terem flatulência (gás metano) e serem responsáveis pela produção de estrume. Para o ambiente, o gás metano é, pelo menos, 25-100 vezes mais devastador que o CO2.

“Converter erva em carne, é como converter carvão em energia. Acarreta um enorme custo em termos de emissões.”
Joseph Poore, Investigador
em entrevista com o jornal The Guardian.

Um recente estudo avaliou as dietas de 2.041 veganos, 15.751 vegetarianos, 8.123 piscitarianos e 29.589 consumidores de carne, utilizando um questionário de frequência alimentar. Este estudo culminou na conclusão de que as emissões de CO2 diárias em consumidores de carne correspondem aproximadamente ao dobro das presentes nos veganos.

    • consumidores de carne frequentes: 7,19 kg de CO2/dia;
    • consumidores moderados de carne: 5,63 kg de CO2/dia;
    • vegetarianos: 3,81 kg de CO2/dia;
    • veganos: 2,89 kg de CO2/dia.
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Em Portugal

Em Portugal, como em outros 130 países, consome-se mais recursos do que aqueles que estão disponíveis, ficando-se a dever à Natureza. Se a população mundial consumisse da mesma forma que os cidadãos portugueses, seriam necessários cerca de 2,3 planetas para repor os recursos naturais.

Em Portugal, a ingestão de alimentos de origem animal ultrapassa em muito os 5% sugeridos na Roda dos Alimentos e o consumo de outros produtos está ainda muito abaixo do recomendado. Mais de 3,5 milhões de portugueses consomem mais de 100 gramas de carne por dia.

Segundo o INE, cada português consome, em média, 108 quilogramas de carne por ano. Dividindo esse valor pelos dias do ano, conclui-se que os portugueses consomem, em média, 300 gramas por dia, o que equivale a cerca de dois bifes a cada dia.

 

Pegada Ecológica dos Portugueses

Um estudo da Zero, da Universidade de da Aveiro e Global Footprint Network mediu a pegada ecológica e a biocapacidade de seis municípios portugueses. A pegada ecológica mede a área – em terras de cultivo, pastagens, florestas, áreas de pesca – de que um cidadão precisa para produzir o que consome e capaz de absorver o lixo que produz. A biocapacidade mede aquela que está disponível para regenerar esses recursos. Ambas são medidas em hectares globais (gha) por pessoa.

A alimentação é a principal responsável pelas pegadas excessivas de seis municípios portugueses avaliados. Em média, os portugueses precisam de 3,94 gha por pessoa.

Nos seis municípios analisados, o consumo de proteína animal corresponde a mais de metade da pegada da alimentação: a carne pesa entre 23% e 28% e o peixe cerca de 26%. E se tivermos em conta que a produção de carne vermelha, de bacalhau, de atum e de salmão – os mais consumidos em Portugal – exige muitos recursos naturais, justifica-se que Portugal seja um dos países mediterrânicos cuja alimentação mais mal faz ao planeta. É também um dos que precisam de mais espaço produtivo para ter o que comer.

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Uso e Poluição de Água

Em termos de procura por sectores, a agricultura é claramente o maior utilizador de água em Portugal, representando 87% do total. O consumo doméstico representa 8% do total e a indústria 5%.

Em Portugal há casos de grave poluição de água em várias zonas do país, em particular, na zona de Leiria, onde existem grandes suiniculturas.

Poluição do Ar

Em termos de emissões de gases de estufa, a produção de carne e produtos lácteos é responsável por 10% das emissões. Por cada quilograma de bife produzido em sistema semi-intensivo em Portugal, são emitidos até 27 kg de CO2eq, resultantes da digestão dos ruminantes e da aplicação de fertilizantes nas pastagens — o equivalente a uma viagem de carro de 146 quilómetros.

O RNC 2050 – Roteiro para a Neutralidade Carbónica – concretiza algumas medidas para a meta que foi anunciada pelo primeiro-ministro de Portugal, para chegar a 2050 em neutralidade carbónica, reduzindo os gases com efeito de estufa (GEE) em 85-99%. Uma das medidas é uma redução no que respeita à produção pecuária (em 50%) até 2050.

Alimentação de base vegetal: uma solução para o futuro?

Ao contrário do que se possa pensar, as mudanças climáticas são perigosas e estão já a surtir efeitos incomensuráveis, resultando na morte de milhares de pessoas. Um estudo correlacionou 400.000 mortes aos efeitos das alterações climáticas todos os anos, projectando um aumento para mais de 600.000 em 2030.

Estas mortes incluem não só aquelas causadas por ondas de calor ou insolação, mas também como resultado da insegurança alimentar, nutrição e poluição da água. O número de mortes aumenta de 400.000 para quase 5 milhões por ano se incluirmos as consequências de queimarmos combustíveis fósseis, ligadas à poluição do ar, riscos ocupacionais e cancro de pele.

A adicionar ainda a todas estas problemáticas, um estudo das Nações Unidas estimou que por volta de 2050 poderá haver cerca de mil milhões de desalojados devido às mudanças climáticas e até a possível extinção humana.

Se tivermos em conta todas as promessas de reduzir as emissões de gases de estufa estabelecidas no Acordo de Paris, a temperatura mundial ainda assim aumentaria em mais de 3°C até o fim deste século. Durante décadas, os cientistas argumentaram que o aumento da temperatura global devia ser mantido abaixo de 2°C até 2100 e é este valor que se encontra no acordo.

No entanto, os dados mais recentes referem agora que temos de nos manter abaixo dos 1,5º C para evitar a desestabilização climática. Segundo o IPCC, Julho de 2019 foi já o mês mais quente de que há registo histórico, registando-se temperaturas 1,2º C acima de níveis pré-industriais.

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Fazer diferença através do prato: o impacto positivo de uma alimentação vegetariana

Perante a dimensão do problema, podemos sentir-nos inicialmente impotentes para tomar uma posição e fazer diferença. Contudo, é perfeitamente possível sermos nós próprios os agentes da mudança, com pequenas decisões enquanto consumidores.

 Como já deves ter percebido, e segundo o estudo mais completo até à data sobre o impacto da agricultura no ambiente, uma dieta completamente vegetariana é uma das maneiras mais eficazes para reduzires o teu impacto sobre o planeta Terra, não apenas em termos de emissões de gases de efeito estufa (pegada carbónica), mas também ao nível do uso de água (pegada hídrica), do uso da terra e da prevenção da desflorestação e da acidificação global dos oceanos.

Para além disso, para alimentarmos os 10 mil milhões de pessoas no planeta em 2050 teremos de ter uma dieta sustentável, pois o planeta não terá capacidade de alimentar tantas pessoas sem uma transformação dos hábitos alimentares.

Estas mudanças podem passar por diminuirmos em 50% o consumo de carne vermelha, aumentando em 50% o consumo de frutos secos, verduras, legumes e fruta (500 gramas diários). O consumo de carne de vaca em específico tem de descer em 90% nos países ocidentais, de forma a evitar mudanças perigosas no ambiente. Deverá privilegiar-se uma alimentação à base de proteína vegetal.

Uma mudança para uma dieta vegetal pode salvar mais de 8 milhões de vidas humanas ao ano. Para além disso, pode contribuir imensamente para os cofres públicos em termos de poupanças com a saúde pública. E ainda economizaria anualmente 1.350 mil biliões de euros em danos ambientais causados pelo aquecimento global.

Para teres uma ideia mais concreta, por cada 200 mil euros de lucro gerados pela indústria da carne, são gerados cerca de 5 milhões de euros em prejuízos ambientais, isto apenas no Brasil. No Reino Unido, reduzir o consumo de carne permitiu aos britânicos poupar cerca de 3 mil milhões de euros em 2018 em termos de despesas pessoais.

Qual a alimentação mais amiga do ambiente?

Num estudo que fez um levantamento do impacto de diferentes dietas na saúde e no meio ambiente, colocaram-se quatro cenários, cada um deles referente a diferentes tipos de dieta: a dieta moderna actual (ignorando qualquer mudança de dieta na população), a que segue as Diretrizes Globais, a ovo-lacto-vegetariana e a vegetariana estrita.

De todas elas, a dieta vegetariana estrita (vegan) mostrou-se a mais benéfica, não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde. Além de que essa transição salvaria a vida de mais de 150 mil milhões (biliões) de animais sencientes todos os anos. Uma dieta vegetariana estrita poderia ser mais vantajosa em quase todos os aspectos:

    1. Poupança em gastos com a saúde pública: até 28 mil biliões (triliões) de euros/ano (13% do PIB mundial em 2050);
    2. Redução da emissão de gases de efeito estufa que promovem a aceleração do aquecimento global: 70%;
    3. Redução de impacto no meio ambiente: 84%;
    4. Redução da taxa de mortalidade prematura: 10% (8 milhões/ano);
    5. Redução em 18 vezes do uso de terra arável;
    6. Redução em 13 vezes do uso de água.

Começar por algum lado é melhor do que não fazer nada

Se não te sentes capaz de eliminar todos os produtos de origem animal da tua dieta de momento, uma redução e substituição gradual irão já por si ter um impacto bastante positivo.

Se todos nós reduzirmos os produtos de origem animal que consumimos em metade, isso já ajudará imenso o ambiente. Aos poucos conseguirás habituar-te a uma nova dieta e será muito mais fácil eliminares completamente a carne, o peixe, os lacticínios, os ovos e outros produtos, um por um.

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