Na realidade, não há provas científicas de que o consumo de soja seja prejudicial para os humanos. Uma das principais preocupações sobre a soja é que os fito-estrogénios (hormonas vegetais), encontrados nos alimentos à base de soja, podem desestabilizar o desenvolvimento sexual e afectar a fertilidade, embora não existam evidências científicas disso.
De facto, os feijões de soja contêm uma larga variedade de valiosos nutrientes e são uma excelente fonte de proteína. Os estudos mostram que a proteína de soja leva à diminuição do colesterol e protege contra as doenças cardiovasculares. Os alimentos com soja também podem ajudar a melhorar a saúde óssea e a capacidade cognitiva de algumas pessoas. Deve ser relembrado que a China é a nação mais populosa do mundo, com mais de 1,3 mil milhões de cidadãos, e que tem consumido soja desde há mais de 3000 anos, sem quaisquer aparentes sinais de malefícios para a saúde dos habitantes, bem pelo contrário. Encontras aqui um artigo que resume toda a evidência científica.
O ser humano pode, de facto, digerir alimentos de origem animal, mas isso não significa que sejam imprescindíveis à sua saúde. Uma pessoa pode perfeitamente optar por uma alimentação de base vegetal, e isso até pode conferir vários benefícios de saúde.
O Mundo inteiro não vai deixar de comer animais da noite para o dia. Na verdade, o que está a acontecer é uma mudança gradual, e à medida que as pessoas forem comendo menos animais, os produtores também vão criando menos animais. Aliás, o número de vegetarianos está a aumentar em vários países (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, China, etc.) e não é por isso que eles ficam sobrepovoados por animais.
Existem já muitos santuários onde os animais podem viver as suas vidas em paz, e muitas pessoas vivem com galinhas, porcos e outros animais da mesma forma que outras pessoas vivem com cães e gatos. Em vez de nos preocuparmos com a hipótese de eles se extinguirem, não seria melhor preocuparmo-nos com facto de eles viveram apenas uma fracção da sua esperança de vida normal, em sofrimento constante, apenas para serem mortos?
É verdade que as plantas são seres vivos, e que reagem a estímulos exteriores, no entanto, as plantas, ao contrário dos animais, não possuem sistema nervoso, e muito menos um cérebro, pelo que não há de momento nenhuma razão para se acreditar em que sintam dor.
No entanto, se, contrariando toda a evidência, as plantas, de facto, sentissem dor, seria preferível ser-se vegetariano: muito mais plantas têm de ser destruídas na produção de produtos animais (na forma de alimentação para os animais que são comidos pelos humanos) do que na produção de alimentos de origem vegetal (já para não falar na destruição de florestas para criação de pasto para animais e para plantação de alimentos que servem de ração para animais).
A carne desempenhou um papel muito importante na evolução humana. No entanto, é necessário fazer a distinção entre o que eram as opções ao longo dos anos de evolução do ser humano e das sociedades, e as opções que temos atualmente. Em particular, nos países mais desenvolvidos, vivemos numa época de abundância em que os supermercados têm inúmeras opções e em que facilmente podemos optar por escolher de forma diferente e mais consciente.
A indústria alimentar funciona de acordo com a lei da oferta e da procura: os animais são mortos porque há consumidores para esses produtos. Se eles não existissem, os animais deixariam de morrer. A transição para uma dieta vegetariana significa a poupança de vidas animais, em particular se houver um movimento no mesmo sentido de um grupo significativo de pessoas.
Adicionalmente, consumir “animais que já estão mortos” é concordar com esta prática, é aprovar esta forma de produção alimentar. Podemos votar com o nosso dinheiro, de cada vez que compramos, nas práticas que consideramos mais correctas.
Hitler não foi vegetariano (o seu prato favorito era pombo recheado, mas sabe-se que ele também comia salsichas da Baviera, fiambre, caviar e outros produtos de origem animal). Seja como for, mesmo que Hitler tivesse sido vegetariano, aquele argumento seria apenas uma falácia e nunca um argumento válido contra o vegetarianismo. Uma ideia boa não se torna inválida por ter sido defendida por Hitler.
Os caninos não são característica exclusiva dos animais carnívoros e omnívoros. Pese embora os caninos salientes serem uma característica distintiva de espécies carnívoras e omnívoras, muitas espécies de herbívoros têm igualmente caninos (por exemplo, o hipopótamo, que tem os maiores entre os animais terrestres).
Ainda assim, se compararmos a proeminência dos caninos humanos com a dos de outras espécies de carnívoros e omnívoros, facilmente concluímos que a comparação não faz sentido.